Audax 200 Km - Floripa

Audax 200 Km – Floripa

 

Depois de desistir dos 200 km de Porto Alegre, resolvi realmente me preparar para um Audax, comprei uma SPEED* (uma Caloi Sprint 16 usada por um valor super acessível) e aposentei de vez a Mountain Bike para longas distancias.

Depois de alguns treinos com a Bike nova, me senti muito confortável (a diferença de desempenho para a Mountain foi gritante), mesmo o quadro não sendo do tamanho exato para mim, treinos diários de 45 km e um trajeto novo que incluía uma subida. Foram quase 1.000 km de treino pré – prova, comprei um ciclo novo, já que o meu acabou caindo do suporte, e um selim novo* (principal parte da bicicleta para pedaladas longas). Altura do selim ajustada, posição dos pedais de clip também, altura dos STI, tudo sugado das dicas do bike feat que o Lagartixa havia dado no Audax 200Km de POA.

A principio iria fazer o Brevet de 200 km de Bagé ou Santa Maria, mas não consegui tempo livre para nenhum dos dois, minha última chance de homologar o tempo seria o Audax de Floripa.

Depois de toda a logística, passagens e estudo do trajeto, faltavam à estadia e por minha sorte pouco antes de fechar com um albergue perto da largada, meu amigo de infância Luis Estivalete me ofereceu a sua casa (nem lembrava que o Maninho estava morando em Floripa), e para lá me toquei.

Cheguei no aeroporto as 7 da manhã, meu voo estava marcado para as 8hrs, despachei a Bike sem problema algum (fui e voltei de TAM), sala de embarque, partida na hora.

Chegando a Floripa esperei um pouco e o Maninho foi me buscar, chegamos à sua casa, me instalei e logo fomos para a praia, peguei um sol e descansei, almocei uma bela massa. À tarde dei um pedal de 50 km para destravar da viagem.....fui pegar minha placa, cartão de rota, adesivos e a camisa que comprei em alusão ao evento, dispensei o Briefieng.

De volta à base tomei um banho e fui ver o jogo do Grêmio, que conseguiu perder para o Juventude, retornamos para casa e me fui ao berço (dormi o sono dos anjos).

Acordei eram 04:30h, tomei meu café calmamente, tudo já estava arrumado, me vesti, desci ao estacionamento e fui pedalando até o local da largada. Passei pela inspeção* (organização nota mil), muita gente, muita bicicleta...e o GRITO de vai ser dada a largada, contagem regressiva e partimos. Minha tática seria pedalar no ritmo que treinei, nem mais nem menos... Daria tempo de sobra, meu medo era não completar em um lugar que não teria como ser resgatado, mas essa é parte de boa, se fosse fácil não teria graça.

Meti a bota Gps marcando velocidade de 27Km/h (ao zerar meu ciclo ele parou de funcionar e não quis parar para ver qual o problema), segui firme... Pedalando em um ritmo que até eu me assustei de tão bom, o lugar também ajuda asfalto bom e visual melhor ainda.

Chegamos ao PC1, fila para carimbar o passaporte, na fila aproveitei para ver o Ciclo e resolvi o problema, conversa vai, conversa vem, fui reconhecido pelo sotaque e um amigo disse que era

de Santa Cruz, me chamou de louco, vir de POA para pedalar os 200 Km de Floripa, pior foi quando eu disse que iria fazer a série para pedalar om 1.000Km de Floripa em Outubro.

Depois do passaporte carimbado vem o espanto: a estrutura, e que estrutura, me senti no TOUR DE FRANCE, quiosque, frutas, isotônicos, sanduiches, barrinhas, banheiros químicos, realmente coisa de primeiro mundo, mas como estava ali para pedalar, enchi as caramanholas refiz o Malto e me toquei.

Novamente em um ritmo forte* (nessa hora bateu um medo de forçar e não completar a prova), mas estava no meu ritmo então mantive de boa, a sinalização da prova sem comentários, placas, asfalto pintado com indicações e pessoas sinalizando....o tempo nessa parte do trajeto passou rápido, já não se via tanta bicicleta nessa altura*( havia também os desafio de 50Km e 100Km), pedalei forte nesse trajeto*(minha estratégia desde o começo era fazer tempo nos primeiros 100Km para depois administrar)o Sol já a pino e chegamos na temida subida da lagoa...realmente um Peral, mas como havia treinado subi de boa sabendo que no topo seria o PC2... a mesma estrutura *(sem comentários), tudo refeito, um descanso rápido e resolvi não almoçar*(eram11:30) me toquei e aquele famoso ditado “tudo que sobe tem que descer”, Ciclo chegou aos 70Km/h, comecei a freiar ainda faltavam uns 100 metros para acabar a descida* (e o medo do freio falhar...kkkk), perto do Km 110 alcancei 3 ciclistas, o Jaques o seu filho Natan (12 anos ...simmmm...12anos) e um outro que não vou lembrar o nome, e com eles fui.

O Jaques já havia feito o mesmo trajeto um ano antes... então fui no ritmo deles que era forte também, por vezes o Jaques ficava para trás para buscar o Natan, um ritmo alucinante, até um PA no costão do santinho (km130), parada para descanso, mas no PA não havia água e minhas duas caramanholas estavam vazias, aproveitei e comi uma barrinha de cereal seguida de um carbo gel. Saindo de lá seriam 25Km até o ultimo PC, novamente um ritmo frenético, muito forte mesmo*(para os meus padrões de pedalada claro), mais um subida forte, fui de boa depois dela um lugar plano, mas um vento contra, ali perdemos uns 10 minutos de tão forte que era. Chegamos ao PC3, bebi o isotônico, comi umas frutas, barrinha da organização, enchi as caramanholas, um alongamento básico e tinha chegado a hora dos últimos 50Km.

Saímos e o assunto era chegar antes das 16:00h no final, apertamos ainda mais o ritmo, formamos um grupo de uns 10 cliclistas, nessa hora fiquei um pouco para tras para me poupar*(sem contar que o vento contra era muito chato), o ritmo era muito forte para mim, nunca havia pedalado tanto tempo com uma cadencia tão forte. Fiquei bem para trás, mas de boa, meu objetivo agora era chegar. Comecei a passar pela galera que havia feito à fuga e alcancei o Jaques. Nessa altura demos uma trabalhada de equipe, mais uma subida, nessa hora as olhadas para o ciclo e Gps eram constantes, muitos cálculos, cabeça a mil, chegamos na parte final, muitas subidas, coisa pouca mas como já era o final tudo ficava difícil, sem contar o piso muito ruim*(uma espécie de lajota). De repente vi uma casa e reconheci, havia ido até aquele ponto no meu treino um dia antes, estava perto. Eu e o Jaques estávamos bem a frente quando vimos uma moça com problemas no pneu, paramos para tentar ajudar, o Natan e o xxxx passaram por nós, ficamos ali uns 5 minutos. Tudo resolvido montamos nas bikes e o Jaques me pergunta como eu estava das pernas, respondi que tranquilo, então ele tascou: - Vamos buscar eles? Eu falei puxa o ritmo, agora imaginem 190km pedalados e saímos em um

ritmo louco uns 8km há 50Km/h ele foi mais a frente, acompanhei até onde deu, como estava no final resolvi diminuir, cheguei logo atrás deles.

Terminei os 200Km em 9h05m tempo total com as paradas de10h13m, muito bom para mim, nunca imaginei pedalar tão forte como pedalei, o ciclo marcou 22Km/h de média, acabei inteiro, fui pedalando até a casa do maninho, medalha no peito e certificado, tomei um bom banho, comi algo e apaguei.

Para essa prova acabei levando:

1. Duas caramanholas

2. 250 gramas de maltodextria

3. Barras de cereais

4. 5 carbo gel

5. 3 comprimidos de relaxante muscular

6. 8 comprimidos de poli vitamínico

7. Uma câmara reserva

8. Chaves

9. Remendos e cola

10. Uma bomba de Co2

Nesse Audax tirei varias coisas positivas, mas a principal foi que treino nunca é demais, simulei varias vezes as condições que enfrentaria, pedalei no frio, no sol, subidas, asfalto ruim, asfalto bom, pedalei no movimento. Também arrisquei, fiz os 200 km com os pneus originais da Bike, o traseiro já bem gasto, então fica a dica NA DÚVIDA TROQUE, NÃO ARRISQUE, tenho que dizer que não furei pneu porque minha tocada foi bem limpa, mas foi muita sorte o pneu não ter abrido o bico.

Bem, objetivo alcançado partimos para o BRM de 300Km.