Audax 300Km – São Leopoldo

 

Depois de ter completado o Audax de Floripa, voltei para casa disposto a realizar toda a série e ir para os de 1.000Km.

Como sempre faço na primeira semana após os Audax não pedalo, fico em Stand By, recomecei com tudo visando os 300 km. Quando saiu o trajeto bateu o medo, pedalar de madrugada, no frio e subir de são Leopoldo há farroupilha, seriam 77 km sendo 12 km de subida sem intervalo.

Treinei muito, houve noites que o frio era de bater queixo, mas era o mínimo que encontraria, minhas médias de tempo melhoravam todos os dias, novamente meu treino pré – prova passou dos 1.000 km, como pedalo sozinho encontrava alguns grupos e pedalava tranquilo. No dia do briefing troquei os pneus da bike, coloquei dois Continental Ultra Sport, precisava de um pneu de boa rodagem e que tivesse um bom grip com o piso molhado, e pelas minhas pesquisas esse pneu era a pedida, coloquei também outro farol e comprei dois sinalizadores de gel, que foram colocados na parte baixa do guidon um branco e um vermelho, a noite toda a iluminação é bem vinda.

À tarde, o Briefieng no DC Navegantes, pouca gente apenas 65 inscritos, foi coisa rápida uns 50 minutos no máximo, fila para pegar cartão de rota e passaporte, aproveitei para puxar assunto e ver o que os caras estavam achando do trajeto, acabei conversei com dois companheiros, acredito que pai e filho, voltei para casa e aproveitei para comprar as barras de cereais.

Tudo pronto me fui para São Leo, noite fria, mas nada demais, a largada seria no Ginásio de Esportes Municipal Celso Morbach, tirei a Bike do carro, me troquei avistei os companheiros que havia conversado no briefing, conversamos um pouco mais, chamada e todos se reuniram, palavras da organização e do secretario de esportes de SÃO LEO. Fomos para a avenida, e largamos, fui devagar, todo mundo junto e seria fácil dar uma M, um grupo se desgarrou e fui ficando para traz, aquilo me incomodou, coloquei a Bike de lado e apertei o ritmo, alcancei o grupo que havia dado a fuga e com eles fui, não conhecia ninguém (aliás quem eu conheço), reconheci o Elton então decidir ir naquele ritmo. Uns 40 km rodados avistamos 3 amigos, pneu furado, paramos para iluminar com os faróis para ajudar, ali fiquei uns 5 minutos, vi que não era nada demais, subi na bike e continuei.

Noite muito agradável apesar do frio, o corta vento que comprei cumpriu bem o serviço assim como a toca da Free Force da AS BIKES, fez muita diferença, o que foi incomodo para mim foi usar uma mochila, era a primeira vez que usava algo do tipo, e não me adaptei.

De repente chegamos ao ponto onde começa a subida para Farroupilha, a média que era de 25km/h caiu muito, ali fomos girando roda literalmente, nessa hora vi o quanto fazem falta duas marchas, a minha Sprint tem apenas 16 marchas, perfeita para velocidade mas para subidas longas, penei.

Fui pedalando bem de boa, aquilo não parecia ter fim, no final fiquei sabendo que ali varios haviam desistido, até que cheguei a uma parte plana, pedalei e avistei o pórtico de farroupilha, desci da bike para esticar as pernas, subi e fui para o acostamento, acabei furando o meu pneu, do lado do PC1.

Cheguei ao pc empurrando a Bike, tentei trocar o mais rápido possível, mas não deu, fiz com calma. Coloquei a câmara nova, e enchi, perdi uns 30 minutos ali, as mãos frias atrapalharam.

Entrei no restaurante para comer algo, a pedida foi uma torrada e um chocolate quente, arrumei tudo e parti, dali sai com o Erick Brack, um senhor de 52 anos Randonneiro experiente que já havia feito dois Paris Brest Paris (1200Km), ele utilizava um cubo com dínamo e o farol dele pasmem, uma luminosidade de 90LUX, coisa de outro mundo. Entramos dentro de Farroupilha e nos perdemos, pedala daqui, pedala dali encontrei um taxista, perguntei como chegava no cemitério, que era a referencia para o trajeto correto.

Informação dada nos fomos, feito loucos, asfalto bom e uns paralelepípedos, continuamos viagem, frio pegando a essa altura, isso eram 4 horas da manhã. Seguimos forte, íamos trocando no cortar o vento, tenho que admitir que aproveitei a luminosidade do farol do Erick, já que as minhas naquela escuridão deixaram a desejar, nesse caminho passamos vários ciclistas indicativo que nosso ritmo era bom.

Chegamos a Bom Principio e encontramos um amigo de Rio Grande perdido, andando para lá e para cá, fomos os 3 , tche que sensação louca, descidas incríveis no meio da escuridão, em uma dessas um carro nos comboiou, de grande ajuda, no meio da cidade um PC surpresa, nem tinha visto, ali levantei a bike e quando larguei um barulho estranho, minha blocagem estava aberta e a roda solta, se continuasse daquele jeito certamente iria cair. Mais pedal louco e alcançamos a rota do sol, ali fomos conversando. Falei para o Erick que pelo ritmo daria para chegar antes das 8h no PC2, mais a frente ele disse para eu continuar, pois já sentia e não conseguiria manter o ritmo, incentivei ele mas continuei, o dia ia amanhecendo e junto uma serração baixando, coisa densa, me preocupei, pois não via absolutamente nada, fui aos freios e a bike demorou a parar, quase cai, parei e esperei o Erick, dali fomos juntos, ele comentou que sentia fome...alcancei uma barra de cereal, o sol tímido saindo, baixei a bota no pedal até que avistei os primeiros voltando, estava perto do PC2, que seria no posto da ProMilk, , mesmo tendo parado 50 minutos no PC1 meu ritmo era ótimo, estava dentro do que eu imaginava, se tudo tivesse dado certo, estaria voltando junto com eles.

Chegando lá a Andrea me esperava, com café, sanduiches e doces, parei bebi café enquanto carimbavam meu passaporte, falei que a estrada estava bem perigosa.

Olhei a bike e onde havia furado o pneu também tinha rasgado, sem contar que ambas as rodas com folga, fiquei com medo, visto que no PC surpresa a roda dianteira quase caiu.Olhei para a Andrea e resolvi parar, seria muita loucura descer de farroupilha a São leo com o pneu daquele jeito, se não tivesse visto aquilo, certamente teria encarado a volta.

Entrei na loja de conveniências e o Erick estava comendo uma pizza, conversamos, apresentei a Andrea, lhe alcancei meu isotônico dei boa sorte e fui para casa com o sentimento de dever cumprido.

Novamente os treinos foram cruciais, não senti desgaste algum, consegui pedalar com um povo que pedala muito, por 77 Km e mesmo tendo parado por 50 minutos no PC1 ainda estava dentro do que eu imaginava para o Audax.

Agora eu teria apenas mais um oportunidade para homologar o tempo para o próximo Brevet de 400Km.

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