Audax 400 Km - POA - Santa Cruz

 

Até que enfim chegou o dia para o Audax 400 da SAC, infelizmente pouco treino para esse desafio, uns 400Km no máximo.

Para esse desafio cansei de ficar no escuro a noite e acabei comprando um Dinamo da Shimano Nexus Hb Nx32, um Farol AXA de 70 LUX (sim 70 LUX) e uma lanterna traseira da Busch&Muller .

Muitos falam que o dínamo tem um arrasto, que é pesado, que dificulta o pedal e por ai vai, para ter uma impressão apenas andando  em uma bike com dínamo ou comprar e tirar a prova, optei pela segunda opção, fiz a Roda nova, escolhi por um aro SPIN da Vzan por ser um aro forte.

Primeira impressão: depois de usar esse farol com dínamo nunca mais e digo, nunca mais pretendo usar lanternas com pilhas, coisa de outro mundo, pedalar de madrugada e enxergar por onde se esta andando....não tem preço, para todas as outras existe......deixa prá lá.

Segunda impressão: a lanterna traseira também, não tem como alguém bater em ti e dizer que não viu.....realmente ilumina e como ilumina.

Coloquei a garupeira e levei um alforge, já que andar com uma mochila sempre me desagradou e o alforge também foi, teria sido mais fácil ter usado a mochila, acabei levando muita coisa que no final das contas foram apenas peso morto, sem utilidade...vivendo e aprendendo.

Bem, teríamos que estar no DC ao meio dia, para pegar cartão de rotam tcket refeição, adesivos e afins o briefing seria as 13h30m...tudo pronto, almoço no DC, bike montada e devidamente vestido fui para o brete, as 15hr em ponto largamos, dia super bom, sol e uma brisa leve.

Como sempre, fui no meu ritmo e a brisa leve se transformou em um ventinho contra chato depois do Km40, mas estava tranquilo, pelo km 20 fui pedalando com um companheiro e jogando um pouco de conversa fora, acabei sabendo que ele havia feito 2 Audax na Alemanha, muito massa essa troca de informação, essa parte do pedal além do vento também enfrentamos o por do sol, que refletia no asfalto. Com ele fui até o Km 60 onde paramos em um posto de gasolina para esticar as pernas,  aproveitei para encher as caramanholas e refazer o Malto , como já eram 18hr resolvi colocar a segunda pele e trocar de luvas pois o frio já se apresentava. Ali ficamos uns 15 minutos e partimos junto com outros 3 ciclistas. Eles acabaram imprimindo um ritmo mais forte e eu não quis forçar, continuei na minha, passei um povo e pelo Km 110 e acabei encontrando o Alex de Cruz Alta, havíamos pedalado juntos por alguns Km no Audax 300.

Chegamos no primeiro PC em Pantano Grande por volta das 22hrs, comi duas torradas seguidas de um café com leite, ida ao banheiro, ajuste no novo farol, já que era a primeira vez que estava usando. Partimos em direção a Encruzilhada, onde seria a janta e próximo PC, nada mais nada menos do que 47Km de subida.

Nos primeiro Km depois da saída do PC o pneu traseiro do Alex estourou, paramos e rapidamente fizemos a troca, ele me disse que era a segunda vez que furava o pneu. Tudo refeito e nos fomos, nosso ritmo era bem bom, derepente vi algo no meio do mato, como meu farol ilumina muito vi um brilho estranho, quando chegamos perto era um amigo se aliviando depois da janta. Muita subida, nada ingrime mas uma subida constante sem fim, é impressionante há quantidade de terra que esse Rio Grande tem, e pedalar em uma noite estrelada tendo como ilunminação somente os faróis das bikes é muito show.

Chegamos no PC2 bem na boa, jantamos, conversamos um pouco com o pessoal e resolvemos partir...ali a Lidiane de Santa Cruz perguntou se poderia ir com nós, na saída disse para eles irem indo na frente, pois eu ia colocar o meu corta vento.

Sai atrás deles, depois de uns 15 minutos cheguei, derepente uma placa dizia: DECLIVE DE 3KM...seriam então 3Km de descanso no pedal, muita velocidade, havia um ciclista na minha frente, peguei o vácuo e fui passar, só que o amigo resolveu bater marcha e continuou na minha frente, fui para trás e continuei no vácuo, mas derepente o cara começou a gritar  para parar, me fui aos freios e  fritei borracha, o cara pensava que estávamos na contramão.

Quando subi na bike e alcancei a Lidiane e o Alex comentei que o meu pneu estava quadrado, continuamos  pedalando até chegarmos ao PC3 que era no mesmo PC1, ali teríamos que comprar algo e levar a nota para apresentar no final do Audax, pois seria um posto virtual.

Dali saímos em direção a Santa Cruz, estrada muito ruim e acostamento pior ainda, mas nos fomos,  derepente o meu pneu traseiro estourou, ao olhar vi que naquela freada uns 60Km atras havia simplesmente comido o meu pneu, só não furou na hora graças a fita anti-furo.

Pneu e câmera trocados seguimos viagem, nessa hora minhas dores nas costas eram muito fortes, já tinha tomado dois relaxantes musculares, e fui dosando as forças até o dia amanhecer. Nesse trajeto de Encruzilhada até Santa Cruz demos muitas risadas na noite, onde contamos varias histórias, ali ficamos sabendo que a Lidiani havia feito Paris – Brest – Paris, mas não conseguiu completar a Prova pela falta de tempo. Chegamos no distrito industrial de Santa Cruz, e o cheiro de nicotina de uma famosa fabrica de cigarros é incrívelmente ruim.

Entramos na cidade, nessa hora só queria comer algo e beber alguma coisa quente, chegamos no posto onde era o PC4, um café com leite seguido de um sanduiche de cacetinho, ida ao banheiro, malto refeito e partimos em direção ao almoço, na saída de Santa Cruz a serração se apresentou e junto com ela mais uma subida, fui pedalando bem devagar até que resolvi descer da bicicleta e ir caminhando, para dar um tempo para as costas, não queria tomar mais um relaxante muscular, caminhei até o final onde a Lidiane e o Alex estavam parados me esperando, subi na bike e continuamos pedalando, mas as dores nas costas já não me deixavam pedalar normalmente, parei novamente para fazer um alongamento, comi uma barra de cereal, tomei um carbo gel  e água, passou um ciclista por mim e eu disse para ele avisar os dois q  eu me esperavam mais a frente, subi na bike pedalei mais um pouco mas resolvi parar, até daria para continuar, mas fiquei com medo de ter uma lesão mais grave.

Subi no carro de resgate, conversei um pouco com o Tatu e fomos para o pesque panorama, comi a massa, converser um pouco com o pessoal até que a Lidiane e O Alex chegaram, comentei que minhas costas já não me deixavam peddalar normalmente e como estávamos pedalando juntos não queria atrasar os dois, falei com a organização que conseguiram uma carona de volta para o DC com o Silvio Leite, entrei no carro e apaguei, quando acordava via o pessoal pedalando de volta, sentimento ruim de estar desistindo, mas havia chegado naquele momento  no meu limite, agora é treinar mais e fazer o Audax de Teutonia que será em Outubro e me preparar para a série de 2014.